Pesadelo americano

Com retrato empático da base popular da direita nos EUA, socióloga Arlie Hochschild traduz a economia política e moral da era Trump

Pesadelo americano

Em um debate com o intelectual conservador William Buckley em Cambridge, o escritor e crítico cultural James Baldwin se propôs a responder à seguinte pergunta sobre as relações raciais nos Estados Unidos: o sonho americano é realizado às custas dos negros? Era 1965, auge das lutas pela igualdade de direitos no país, e a resposta de Baldwin foi dura e direta. O mito do sonho americano — segundo Baldwin, uma utopia resplandecente de afluência econômica e inocência cultural — foi e continua sendo construído pela população branca às custas de um sistema hierarquizado no qual os negros são economicamente explorados, politicamente excluídos e socialmente subordinados nos espaços de prestígio do país.

Poucas pessoas duvidariam que o diagnóstico sombrio de Baldwin permanece atual em um país (como o nosso) no qual negros morrem mais, vivem menos e estão, ao mesmo tempo, sub-representados nos espaços de poder e super-representados no sistema carcerário.

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