O Carandiru não é coisa do passado

O modo como o Judiciário tratou as vítimas do Massacre do Carandiru, em 1992, permite prever que a Covid-19 promoverá uma devastação nas prisões

O Carandiru não é coisa do passado

A professora Marta Machado, da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas e pesquisadora do AFRO, o recém-fundado Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial do Cebrap, cocoordenou o livro O Carandiru não é coisa do passado, que analisou os processos de responsabilização dos envolvidos no Massacre do Carandiru, em 1992. No episódio, 111 presos foram mortos por membros do Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo. O resultado: muita demora, poucas indenizações e nenhuma punição.

Agora, o sistema penitenciário deverá enfrentar a pandemia de Covid-19 com unidades superlotadas e em condições estruturais ainda piores. Alguns estados já relatam casos de infecção de presos e funcionários, e autoridades projetam estratégias que vão desde o isolamento de novos presos em containers de metal à proibição de visitas. O Conselho Nacional de Justiça recomendou a redução da população carcerária e a adoção de medidas básicas de higiene, mas alguns manifestaram preocupação com a utilização da pandemia como estratégia de “soltura indiscriminada” de presos. Confira a seguir a entrevista concedida por Machado à Quatro Cinco Um, em que trata das permanências do massacre do Carandiru e como elas moldam as respostas atuais à Covid-19 nas prisões.

Confira a entrevista na íntegra.