Caminhos abertos

Livro de ensaios analisa a deterioração política do processo eleitoral de 2022 e os desafios para a refundação da democracia brasileira

Caminhos abertos

Que elementos marcaram o processo eleitoral de 2022? Que estratégias fundamentais Lula e Bolsonaro mobilizaram em suas campanhas? Qual o futuro do bolsonarismo? O que esperar da polarização política nos próximos anos? Quais devem ser as agendas prioritárias do novo governo? Essas e outras questões são enfrentadas neste livro de ensaios escritos a partir de pesquisas do Observatório das Eleições, uma iniciativa do Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação. Tendo em vista este conjunto de perguntas essenciais para a política brasileira, o livro se constrói a partir de dois movimentos: realizar um raio-x das eleições de 2022 e apontar possíveis desafios e caminhos para a reconstrução da democracia brasileira.

Na primeira empreitada, destaca-se a deterioração política do processo eleitoral presidencial pela campanha de Bolsonaro, que teve como elementos-chave os ataques sistemáticos à integridade das urnas eletrônicas — que marcou não só sua campanha como seu mandato quase por inteiro —; o uso irrestrito da bandeira da liberdade de expressão, mesmo que para fundamentar narrativas antidemocráticas; e a propulsão de um ecossistema de desinformação que, tendo já ocorrido nas eleições de 2018, ganhou novos patamares de organização e alcance.

O cenário eleitoral de 2022 foi crucial na definição do futuro da democracia brasileira. A erosão democrática na gestão Bolsonaro — seja por sua condução na crise sanitária, por suas constantes ameaças de ruptura institucional, pela participação ativa das Forças Armadas na política ou pelos inúmeros ataques aos demais poderes e instituições — reflete um movimento mais amplo de tendência global em que líderes democraticamente eleitos se valem de suas prerrogativas para encampar ações autoritárias. Sua reeleição costuma ser o ponto chave para a guinada autoritária e o fim precoce das democracias.

Leia a resenha na íntegra na Revista Quatro Cinco Um.