Quão abalado está hoje em dia o pacto constitucional firmado em 1988, e será possível reconstruí-lo ou precisamos avançar de outras formas? Com essa pergunta, a jornalista Cristina Serra abriu um debate na noite desta terça, 15, no Rio de Janeiro, dando pistas do caminho que a conversa séria, mas em clima descontraído, seguiria.
Editor-chefe do Nexo Jornal e autor de Uma crise chamada Brasil: a quebra da nova república e a erupção da extrema direita (Fósforo), Conrado Corsalette se atreveu a responder. Vê na Constituição dois tipos de consenso: a necessidade de reparação de dívidas históricas com parte da população brasileira e o desejo de afastar os militares do poder (com direito a discurso de Ulysses Guimarães citando “nojo e ódio à ditadura”, na promulgação da carta). A ascensão de Bolsonaro colocou essas duas bandeiras em xeque.
O debate marcou o lançamento, na Livraria da Travessa de Ipanema, do livro de Corsalette e de outro livro que parte de inquietações sobre os rumos da democracia para propor caminhos para seu fortalecimento: O caminho da autocracia: estratégias atuais de erosão democrática (Tinta-da-China Brasil) Três dos cinco autores, Marina Slhessarenko Barreto, Fernando Sales e Mariana Amaral, também participaram da conversa.