São muitas as preocupações advindas do uso de tecnologias de reconhecimento facial ou de outros dados biométricos. As mais óbvias se direcionam para a redução da privacidade e de liberdades relacionadas ao uso dos espaços públicos decorrente da vigilância constante. Outras se dirigem aos problemas decorrentes do capitalismo de dados, da reificação do corpo e de suas características mais peculiares, como o jeito de andar e de falar. Por outro prisma, são analisadas a exclusão e a discriminação de corrente de seu uso, seja para direcionar o poder punitivo do Estado, seja para criar espaços vigiados.
As leis procuram tardiamente regular o que o mercado e o poder público já exploram massivamente. Tentam criar condições para a reapropriação de dados pessoais que foram expropriados durante a última década, através da noção de autodeterminação informativa e de um direito individual à titularidade e à proteção de dados pessoais.
Mesmo com esforços no campo legal e institucional, a reapropriação dos dados pessoais pelos seus titulares e a conformação de empresas e Estados a novos parâmetros não ocorrem sem resistência.