Não há momento mais oportuno que o presente para tentarmos compreender melhor o papel histórico do fascismo no Brasil. O cenário atual de autoritarismo, doença e morte propiciado pelo presidente Jair Messias Bolsonaro nos confronta com a necessidade urgente de entender os perigos do fascismo.
O Brasil deixou de ser um exemplo e uma liderança regional, e até mundial, para ganhar destaque em torno da epidemia, como um exemplo de má governança dentro de uma democracia. Bolsonaro explorou a crise para beneficiar sua posição política à custa do funcionamento democrático e da saúde da população. Não se trata de acaso, tampouco de algo novo. Como disse o filósofo Jason Stanley, o fascismo constitui um precedente a partir do qual podemos entender Bolsonaro e seu manejo da crise. “A política fascista sempre tenta usar crises, porque ela quer alimentar a ideia de que você precisa de um líder forte para protegê-lo. Esse líder precisa ser competente, para projetar que eles são as pessoas certas para protegê-lo. O que eles vão fazer é inverter qualquer crise a seu próprio favor, a favor de sua ideologia.” Uma ideologia que é, acima de tudo, antidemocrática.
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Fotografia: Edgar Azevedo