A leitura de A república das milícias, de Bruno Paes Manso, é fluida e vertiginosa. O livro se propõe a decifrar o complexo quebra-cabeça da história da criminalidade miliciana no Rio de Janeiro para responder a uma pergunta que ganhou ainda mais relevância após a improvável eleição de Jair Bolsonaro: como e por que chegamos a essa situação?
A “situação” vai muito além das profundas relações de Bolsonaro com paramilitares cariocas. A família presidencial merece um capítulo próprio, mas Paes Manso busca compreender a falência da segurança pública no Rio durante a Nova República, um fracasso tão espetacular que culminou na naturalização de um triste dilema para os moradores da capital e da Baixada Fluminense: é melhor ser subjugado pelos varejistas do tráfico de drogas ou por milicianos? Nesse dilema, o Estado democrático de direito está fora do catálogo de escolhas.
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Tela: Dalton Paula
Fotografia: Paulo Rezende