O professor Paulo Sérgio Pinheiro tomou um susto quando atendeu o telefone naquela tarde fria que fazia em São Paulo em meados de julho, apesar do sol. Foi surpreendido com a notícia, dada em primeira mão pelo jornalista Rubens Valente durante a ligação, de que figurava em um dossiê secreto com centenas de nomes de policiais e professores universitários que seriam supostos adversários do governo Bolsonaro e ligados a movimentos antifascistas. O material circulava em grupos de WhatsApp de integrantes da Polícia Federal (PF), do Centro de Inteligência do Exército (CIE), da Agência Brasileira de Informação (Abin), do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), do Palácio do Planalto e sabe-se lá mais de onde.
Após ser avisado da situação pelo repórter, que trouxe o caso a público em seu blog no UOL, o acadêmico confessa que pensou em deixar o país. “Eu pensei: ‘não vou esperar acontecer alguma coisa’. Fiquei muito preocupado porque o dossiê circulou por aí e isso não tem volta”, afirma à Quatro Cinco Um. Após uma vida na defesa dos direitos humanos e com a certeza de não ter cometido nenhum crime nem conspirado para tal, estava receoso de ter os seus próprios direitos violados. “Além de não militar em grupo nenhum, não tenho ainda publicações clandestinas nem sou terrorista.”
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