“A classe realmente nova e potencialmente revolucionária da sociedade consistirá de intelectuais, e seu poder potencial, ainda não constatado, é muito grande, talvez grande demais para o bem da humanidade.” Essa especulação, formulada em 1970 por Hannah Arendt em seu clássico e controvertido ensaio sobre a violência Crises da república (Perspectiva, 1973), escrito no contexto de suas reflexões sobre ação política e revoluções, soa como um agouro tornado real no mundo descrito por Benjamin Teitelbaum em Guerra pela eternidade: o retorno do Tradicionalismo e a ascensão da direita populista, lançado pela Editora da Unicamp.
O grande mérito de Guerra pela eternidade é chamar a atenção para a raiz doutrinária comum às convicções de seus protagonistas, sem falsear suas contradições nem exagerar suas afiliações de pensamento. Ao público acostumado a atribuir a pecha de louco ou estúpido a essas pessoas, o livro incomoda profundamente (ao falar de Steve Bannon, personagem que ocupa a maior parte dos capítulos, Teitelbaum chega a qualificá-lo de “culto” e “brilhante, até”). Mas o livro deve ser lido justamente por isso.
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