Que tipo de sistema político é capaz de nos colocar na trajetória de manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC, mas também gerando justiça econômica e social entre e intra-países? Essa e muitas perguntas correlatas estão entre os dilemas cotidianos de quem trabalha, pesquisa ou se preocupa com a crise climática. Na segunda temporada do Revoar – podcast do LAUT, procuramos trazer essas reflexões e expor as contradições e diferentes facetas deste ultra dinâmico campo da política climática. Neste texto, o segundo de uma trilogia, revisitamos algumas das questões abordadas no podcast à luz de notícias dos últimos meses. No primeiro texto, falamos sobre a Cúpula de Biden e as limitações e potencialidades dos processos políticos multilaterais sobre mudança do clima. Neste, discutimos a qualidade das democracias com um olhar sobre como elas vêm inovando e se transformando (ou não) para lidar com a crise climática.
“De alguma maneira, eu achava a ideia de discutir um catálogo de recomendações (sobre mudança do clima) para o governo com outras 160 pessoas, realmente, horrível. Porque eu pensava: ‘O que eu tenho a dizer?'”
Ulrike Bohm, participante da Assembleia de Cidadãos sobre o Clima da Alemanha.
Bohm é uma das 160 cidadãs selecionadas aleatoriamente para compor a Assembleia de Cidadãos sobre o Clima (Bürgerrat Klima) da Alemanha. Esse experimento democrático está discutindo como o país pode cumprir suas metas de proteção climática de uma forma justa para todos. Acompanhados por cientistas e especialistas – convidados para prestar esclarecimentos sobre ciência e política climática -, os cidadãos se encontraram 12 vezes (online), entre abril e junho de 2021. As discussões foram transmitidas pelo Youtube, Instagram, Facebook e Twitter. Após essa série de encontros, agora o grupo está elaborando um Relatório dos Cidadãos, com uma série de recomendações, e que será entregue ao Parlamento alemão no início da próxima legislatura. Espera-se que as recomendações sejam consideradas pela nova coalizão que assumirá o governo após quase duas décadas da liderança de Angela Merkel.
Leia o ensaio na íntegra.
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Créditos: Nexo Políticas Públicas