Como se não bastasse a dificuldade de falar em democracia, hoje ela enfrenta um contexto global de crise ou “crise de meia-idade” (segundo David Runciman, em Como a democracia chega ao fim). No Brasil, há a dificuldade extra de um apreciador da ditadura militar ter sido eleito presidente e alçar a postos políticos admiradores das mais diversas formas autoritárias. Mas Bolsonaro não apareceu como raio em céu azul, escrevem as cientistas sociais Camila Rocha e Esther Solano na recém-lançada coletânea Governo Bolsonaro: retrocesso democrático e degradação política, publicada pela editora Autêntica. Assim como as autoras, grande parte dos especialistas concorda que Bolsonaro não inaugurou as rachaduras do sistema político brasileiro, ainda que haja a percepção geral, enfatizada pelos organizadores na apresentação, de que recentemente tudo piorou.
Governo Bolsonaro é a materialização de uma busca coletiva na esfera da academia brasileira para dar sentido ao que temos vivido como crise democrática. O livro é resultado de um trabalho intelectual que lida de forma corajosa com essas circunstâncias e com as “incertezas e acasos” da crise de nossa democracia.
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Imagem: divulgação Quatro Cinco Um