e democracia
Estreia a nova temporada: Vigilância, vigilantismo e democracia
O desenvolvimento tecnológico desde a Guerra Fria aumentou o poder de vigilância do Estado, de empresas e de indivíduos. Hoje a capacidade de monitorar os dados e as comunicações de grupos particulares até nações em grande escala é uma realidade, que pode colocar em risco direitos básicos, como nossa privacidade. No início de 2021, ocorreu o maior vazamento de dados da história do país e foram expostas informações pessoais de cerca de 223 milhões de cidadãos, número superior ao da população brasileira por incluir dados repetidos e de falecidos.
Se, por um lado, a coleta e o monitoramento de dados por parte do Estado podem ser utilizados nas mais diversas políticas públicas, como a criação de cadastros para distribuição de renda, por outro, a vigilância estatal também se aplica para fins militares, de inteligência e espionagem. Em qualquer caso, o uso abusivo e descontrolado da vigilância pode se tornar autoritário mesmo nas democracias, promovendo, por exemplo, a perseguição de ativistas de oposição, jornalistas e outros defensores de direitos humanos.
Além do uso indevido das informações armazenadas e seu possível vazamento, o uso de aparatos de vigilância por parte do Estado envolve a questão da discriminação. Pesquisas têm mostrado como tecnologias automatizadas e de inteligência artificial reproduzem estereótipos e acabam sendo discriminatórias – uma vez que a base de dados é sujeita a vieses daqueles que escrevem os códigos, em sua maioria, homens brancos.
Por outro lado, quando o monitoramento é praticado por pessoas não autorizadas, que decidem ‘fazer justiça’ com as próprias mãos, o ato de vigiar se torna vigilantismo e está frequentemente relacionado a situações nefastas e de extrema violência. Ações vigilantistas podem partir tanto de grupos criminosos organizados, como as milícias, quanto da própria vizinhança.
Como isso afeta nossa vida e as democracias na prática? Como se proteger contra vazamentos como o que aconteceu no começo do ano? Quais seriam os caminhos para desconstruir o modelo de vigilância que temos hoje? E como lidar com ações vigilantistas dos agentes privados?
Essas são apenas algumas das questões debatidas na terceira temporada do Revoar. Anna Carolina Venturini e Felipe de Paula conduzem oito episódios na companhia de especialistas que dão um panorama sobre os fenômenos da vigilância e do vigilantismo.
Estreia no dia 1º de julho, quinta-feira, em seu tocador de podcasts preferido. A temporada Vigilância, vigilantismo e democracia é produzida pela Rádio Novelo.
Ficha técnica
Pesquisa: Pedro Ansel e Luisa Plastino